Todas as horas são boas para a imaginação. E o ainda presidente ocupa o tempo a traçar cenários de modo a proteger o seu interesse de continuar a manobrar nem que seja a partir da concelhia do PS a governação do município depois das eleições de 2025, na eventualidade de os socialistas renovarem o mandato.
Ele imagina e toda a gente sabe isso, no PS e fora dele, não sendo segredo que a ambição (que ele considera mesmo justa!) é condicionar a escolha do candidato de 2025 e garantir o regresso nas eleições de 2029.
Muito tempo? Para ele não, pois preenche a linha do seu horizonte com essa ilusão dado que verifica que não tem para onde ir e ninguém no PS distrital e nacional se mostra com disponibilidade para o acolher.
Regressar à profissão? Mas como se em três mandatos e apesar de formação jurídica – na prestigiada Portucalense -mandou frequentes vezes o direito às malvas socorrendo-se sempre de faustosos gabinetes de advogados até para lhe explicarem o que pretendia ouvir.
O horizonte é negro. A vida tem destas coisas. E mais vale iniciar o caminho das pedras nem que seja apenas para aprender uma coisa – a vida política é feita pelos partidos, os militantes têm todos as mesmas aspirações e, por último, chegou a hora de dar lugar a outra pessoa e liderança.
Um passado tenebroso
Seguindo à risca o Manual de Um Ditador o ainda presidente esmerou-se a liquidar a liderança de Armanda Pereira (Fernandez) retirando-lhe a possibilidade de se recandidatar à Junta de Freamunde e nunca reconhecendo o papel da concelhia do partido enquanto por ela liderada. Chegou mesmo a impedir que a presidente do concelhia do PS assistisse a uma sessão da Assembleia Municipal tendo exigido a sua saída da sala!
Curiosamente a vida desta eventual candidata em 2025 começou a encontrar empecilhos definitivos com a entrevista dada à “Gazeta de Paços de Ferreira” e onde se manifestava disponível para participar na escolha dos militantes…. Pois foi! Assim traçou o destino e nunca mais teve paz política no partido e disponibilidade da Câmara para a ouvir nas necessidades da gestão da instituição que gere em Freamunde.
A “Gazeta” mata ?
Depois da entrevista a Armanda, a “Gazeta” entrevistou Paulo Barbosa…. vice-presidente que explicou ao jornal estar “preparado” para substituir Humberto Brito!!!! caso fosse necessário! E assim começou a rapsódia que levou à saída do vice-presidente. Uma incompatibilidade que perdura.
Dispensamo-nos de citar mais nomes de pessoas que se dedicaram ao PS ao longo dos anos e que se foram afastando do “líder de Carvalhosa” ou afastadas por ele, dedicado que sempre esteve a ser acompanhado por “indefetíveis” e desde que não disputem ou queiram partilhar a necessidade de comando unívoco.
Sinal desta obediência cega é o atual presidente da Assembleia Municipal que perdeu a oportunidade de se mostrar fundamental na gestão interna ou deixar-se manietar com o caso da censura ao PSD na última sessão onde meticulosamente foi impedida a divulgação da intervenção da oposição no assunto da água e com a curiosidade de garantir que no final da posições dos sociais-democratas ter-se dado o milagre de a emissão ter retomado exatamente no momento em que o todo poderoso chefe abria a boca para falar.
O presidente da Assembleia Municipal ainda não explicou ao PSD nem aos munícipes o que aconteceu, nem pediu desculpa por não responder como era e é seu dever legal. Mas obedecer à vontade do chefe é “sagrado” e desobedecer pode causar estragos, embora não os consigamos adivinhar mas certamente que terão sido explicados por quem de direito a quem tinha de obedecer!
Irá Humberto conseguir o que pretende?
Formalmente tudo está a correr como pretende: preside à concelhia do PS, consegue ter pessoas de Freamunde na reunião depois de anunciar o fim do quartel da GNR naquela cidade (!) dá-se- ao luxo de faltar a reuniões da distrital para escolher o candidato às eleições de 2025 e não promove a discussão do assunto como previsto nos estatutos do partido.
Entende que não é necessário, pois não disse ele numa Assembleia Municipal que “o meu candidato è Paulo Ferreira”? Pois disse, mas a dificuldade é acreditar naquilo que ele diz.
O candidato Paulo Ferreira
Ao contrário de quase todos os pré-candidatos Paulo Ferreira é credor no PS de muitos anos de luta política num universo muito difícil e perante sucessivas maiorias do PSD. Em todas as lutas eleitorais esteve presente e soube estar, integrando-se nas equipas do partido.
Cedendo o lugar a Humberto Brito vindo da onda da água acabou subjugado e foi ultrapassado por Paulo Barbosa e o tal Brito – aqui o todo poderoso da coisa!. E tendo chegado a sua hora, aceitou em silêncio a verborreia e prepotência do ainda presidente que tudo faz e continua a fazer para impedir que o vice assuma o lugar que já devia ser seu e com a possibilidade de explicar aos eleitores a sua visão para o concelho.
Mas HB não cede nem partilha confirmando-se a tese inicial deste texto: ele acha que a Câmara é dele e que no próximo ato eleitoral apenas precisa de um clone que aceite as suas ordens e estenda o tapete no regresso de 2029.
HB acredita nesta ilusão, achando até que um líder depois de sufragado pelo povo lhe deve obediência… Mas como se nem no império romano era assim!? Mas a ilusão mantém-se e, neste momento, traduz-se numa traição confirmada dado que HB tem vindo a tratar a substituição de Paulo Ferreira por outro candidato faltando ainda o consenso para a figura intermédia – se vencer a tese de HB – ou a figura mobilizadora – se vencer a tese da distrital do PS.
Mas tudo indica que Paulo Ferreira será sacrificado, com a injustiça de serem invocadas razões que ele não merece. Mas fica com o crédito de se oferecer em sacrifício ao PS distrital e nacional a confirmar em próxima oportunidade.
O candidato Hugo Lopes
Deputado na Assembleia Municipal é o campeão nos “pedidos de defesa da honra” revelando uma especial sensibilidade para prestar serviço mas com a curiosidade de explicar que tem discurso próprio na hora da decisão.
Ora este busílis carrega o sobrolho do chefe de Carvalhosa pouco dado a dúvidas e ainda muito menos a esquisitices de alguém que pensa pela sua cabeça. Para quê se não é necessário – esclarece o edil.
Faltando apoio da base fiel e pertencente à claque de Brito (Veja este texto pois aqui explicamos tudo!) Hugo Lopes recebe o carinho de Lisboa onde cultiva laços que lhe permitem aceitar o desafio e o leva a defender que o fará apenas na condição de poder escolher a sua equipa e não ficar obrigado a prestar vassalagem ao visconde de Carvalhosa!
Para potencial candidato a posição é clara e fica-lhe bem.
Paulo Barbosa
O perfil de Paulo Barbosa sempre sombreou o presidente que na sua excelsa interpretação achou que o município ficaria melhor servido apenas com ele e dispensando os serviços do seu vice! Remetemos de novo para o Manual de um Ditador!….
Paulo Barbosa nunca escondeu que gostaria de voltar para retomar o trabalho “deixado a meio” e consciente de que tal regresso seria sempre feito sem benesses a quem o expulsou do cargo que lhe preenchia s medidas.
Paradoxalmente não faz nada dando a sensação que espera que algo aconteça, entendendo que a retirada eventual de Paulo Ferreira levará a distrital do PS a socorrer-se dos estatutos e avaliar a melhor candidatura para 2025.
Acha que ainda está a tempo. E poderá estar se a distrital avançar para que sejam feitas em Paços de Ferreira umas eleições directas abertas a militantes e simpatizantes do partido de modo a definir entre os candidatos – aqueles que se disponibilizarem – o escolhido ou eleitos pelos socialistas.
Havendo directas!
Este cenário lembra o inferno a HB que tudo fará para o impedir. Mas curiosamente este parece ser o único caminho capaz de reconciliar o partido, os militantes e os simpatizantes que desejam uma liderança civilizada, decente e combativa, capaz de mobilizar os eleitores até setembro de 2025.
E não nos devemos admirar se neste cenário aparecerem candidatos e candidatas que poderão vir a jogo nem que seja para marcar posição negocial para batalhas futuras.
O candidato BRITOALI
No dia 8 de Novembro publicamos na página do facebook da Rádio Freamunde a mensagem “Britoali – coligação isenta de interesses imobiliários”. Dias depois circula a informação que esta é a opção preferencial do ainda presidente.
Na última reunião da concelhia do PS, explicou HBrito as aventuras em que pretende colocar o concelho aproveitando verbas do PRR disponibilizadas pelo Governo na “política de habitação”. Só não informou os militantes que o ponta-de-lança para esta desiderato é o líder da BRITOLI – empresa do setor de construção, especialista em superfícies industriais, de logística, comerciais e office que se apresenta oficialmente desta maneira: BRITOLI – Construímos Juntos.
Por Arnaldo Meireles