O ano de 2024 que agora terminou fica para sempre marcado pelas buscas à Câmara Municipal de Paços de Ferreira realizadas pelas autoridades policiais. Mais de 100 agentes entraram pelas portas da câmara apreendendo diverso material de prova, realizaram ainda buscas domiciliárias às casas do presidente Humberto Brito, e do vice-presidente Paulo Ferreira.
O nosso concelho foi notícia pelos piores motivos em todos os órgãos nacionais de comunicação social, algo nunca visto durante os 38 anos de governação autárquica do PSD! Pela primeira vez um secretário de apoio à vereação, nomeado por Humberto Brito, foi acusado de crimes de falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio no processo de aquisição das viaturas para a polícia municipal.
Quando o presidente Humberto Brito acusa o PSD de ter envergonhado a população pacense no seu tempo de governação, deve olhar primeiro para a sua gestão que, em pouco mais de uma década, já teve de dar resposta a diversos processos judiciais que conduziram o nosso município ao descrédito por parte das autoridades. A ETAR de Arreigada e todas as trapalhadas em que o processo foi mergulhado, assim como outros dossiês de gestão municipal, demonstram toda a incompetência, a falta de trabalho e de visão estratégica que o executivo municipal teve para o nosso concelho.
Ao fim de 3 mandatos à frente dos destinos municipais, Humberto Brito e os executivos que chefiou foram incapazes de realizar um projeto transformador ou estruturante, não tendo um único sequer digno de ser apresentado como marca para o desenvolvimento do concelho.
Modernização administrativa, mobilidade urbana, captação de novos investimentos empresariais e habitação para classes jovens e de rendimentos médios não são prioridade. As políticas desenvolvidas têm permitido apenas a um “nicho” se fixar cada vez mais pelas conhecidas Terras de Ferreira.
As nossas terras que possuem diversas marcas identitárias viram também durante o último ano a sua maior marca, a marca Capital do Móvel, ser completamente abandonada pela gestão de Humberto Brito, que se encontra caducada desde 2023 por falta de pagamento ao INPI (Instituto de Propriedade Industrial), e permitiu a terceiros a registarem em nome próprio. Percebemos agora a real importância dada e o afinco com que esta governação trabalhou ao declarar 2023 o Ano Municipal da Economia. Também a marca europeia
Capital do Móvel, registada em 2005, está caducada desde 2018, segundo o European Union Intellectual Property Office (EUIPO). Mais uma vez a incompetência do executivo liderado por Humberto Brito fica demonstrada. Um concelho fortemente industrial, reconhecido internacionalmente como sendo a terra dos móveis, a Capital do Móvel, vê-se num curto espaço de tempo exposto a mais uma trapalhada desprestigiante, geradora de revolta entre a população que sempre se orgulhou e orgulhará num futuro próximo de viver num concelho que é notícia pelas melhores razões e não por escândalos criminais e processuais que mostram as fracas políticas que têm sido seguidas pelo executivo municipal.
O que orgulha um concelho e as suas gentes deve ser protegido e a Capital do Móvel voltará a sê-lo!
Por André Barbosa