A civilização também tem tempestades, esta com epicentro nos Estados Unidos da América de onde chegam novas, assentes no improviso, provavelmente na intuição de quem manda e parece querer reinar no seu novo lar de infância. Tem poder, dinheiro e fome de mais dinheiro e acha que tudo se resume a um filme do faroeste, destinado a atores lestos a premir o gatilho antes que surja qualquer dúvida na surpresa de qualquer hesitação.
- Direitos humanos
- Civilização
- Ecologia
- Direito
- Diplomacia
- Povos
- Nações
Mas o que significa isso tudo perante um país com 248 anos, agora todo poderoso e detentor do poder?
Sobretudo os europeus que viveram a idade média, experimentaram o renascimento, sentem uma perplexidade ao ouvir quem manda mas não tem noção da realidade social de qualquer povo, nem sensibilidade para ouvir a linguagem do direito (nacional e internacional).
Estamos a pagar a “adolescência” dos Estados Unidos da América, esse adolescente mimado que exibe com orgulho o dinheiro do pai e acha que todos os outros, diferentes dele mas sobretudo com menos dinheiro, apenas o são por não terem entendido, no tempo certo, o “espírito americano”.
Trump fala a linguagem que o habita: dinheiro, mais dinheiro e ainda mais dinheiro, como direito único e absoluto. E isto como método e orientação da política que pretende impor a quem tem menos dinheiro que ele e por isso se acha na posição de imitar Moisés, subir ao monte Abraão e proclamar os novos Mandamentos a que todos terão de obedecer.
Ridículo. Mas mais que isso perigoso para a humanidade de todos – países e pessoas – a quem se dirige como simples consumidores com uma opção apenas: consumir americano.
As redes sociais
A globalização (produto americano) exige dos povos consciência humanitária, capacidade de diálogo e experiência na construção de consensos. Mas as redes sociais impuseram uma linguagem que apenas permite afirmar e assim evita explicar o que quer que seja por falta de espaço… E ao obrigar cada um a ditar o seu post … acaba por formar em cada editor/escritor/redator um pro-ditador.
E é desses pro-ditadores que as redes sociais precisam e promovem com as consequências que estão à vista:
- fake news,
- ataque à imprensa e jornalistas,
- maquinação e manipulação de eleições
- acréscimo na viragem à extrema-direita
- apoio explícito a partidos estrangeiros de extrema-direita na eleições
O mundo que somos e em que vivemos experimenta uma nova noção de caos. E não sabemos onde isto vai parar. Porque está em jogo:
- a liberdade
- a democracia
- o direito social e laboral
- o direito à emigração
- a tolerância social.
Em tempos quiserem impor-nos a dualidade entre o bem e o mal. E explicaram-nos que esta diferenciação seria a base para a construção do direito e do sentido de justiça. Agora querem impor-nos a dualidade entre os vencedores e os vencidos.
E precisamos de perceber que se esta dualidade prevalecer, caminhamos depressa para uma novo tipo de escravidão, com povos e nações inteiras subjugados aos oligarcas do capital que agora capitaneados pelo Xerife de Washington declaram em conferências de imprensa ao pequeno almoço que país ou região do mundo lhes apetece engolir.
Por Arnaldo Meireles
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