A AD – Aliança Democrática – venceu as eleições legislativas de 18 de maio que criaram uma nova dinâmica política em Portugal que agora tem como partido charneira o PSD. A qualidade do novo governo vai marcar a tendência: um bom governo consagrará os sociais-democratas no poder por muitos anos; um mau governo colocará, em dois anos, o Chega a governar Portugal.
O PSD é um partido “orgânico” – tal como o PCP – e assume o poder como máquina de transformação (como aconteceu com Cavaco Silva). Executa e define uma estratégia que segue “religiosamente”. Veremos pois por quanto tempo, dependendo este da qualidade da governação.
Seja como for, sublinhamos a estratégia que tem sido seguida pela AD a nível nacional e a nível local: recusam as rupturas, não anunciam novos mundos ao mundo mas também não ameaçam com a desgraça que vem aí. Sublinha a AD que com confiança nas empresas e nas pessoas é possível transformar Portugal.
Perante um ambiente político de ansiedade pelo poder e de agressão verbal e ameaças de ruptura manteve a AD a ideia de “deixem trabalhar o Luís” inspirado no tempo de Cavaco e lembrando o “deixem jogar o Mantorras” – numa abordagem sibilina que quer mostrar ao eleitor que o que interessa é trabalhar, e por isso devem deixar o Governo (quem lá está) a governar.
Uma ideia fácil de entender e aceitar pois além de óbvia é necessária e agrada a todos aqueles que apenas conhecem um forma de ganhar a vida, e que são a maioria, a trabalhar.
Optou a AD pelo Soft Power – discreto, sem tupturas e ameaças. E venceu sabendo que a vitória terá de ser confirmada a “trabalhar com o Luís” pois se assim não for, descerão na escada do poder para dar lugar a outro. Mas a quem?
É na resposta a esta pergunta que a AD vai matizar a governação – sabem que a situação de ser partido charneira é confortável – que o diga o PS enquanto o foi – mas também sabem que o inêxito da governação favorecerá o Chega ou o PS, não se sabendo ainda qual será a tendência.
AM