Aqui o Céptico vive a felicidade de ter “médico de família” – uma expressão de que muito gosto, que até abraça a infeliz designação de “utente” essa coisa que aponta para que tratemos quem cuida de nós de “funcionário” do sistema.
É uma senhora afável e simpática com aquela clareza de quem diz as palavras oportunas quando nos apetece ouvir outra coisa!
Pois agora é assim: nada de carnes vermelhas, pão quase nenhum, e tabaco – “seu malandro” – é melhor não falar. E não falou. Ah e análises, um cardápio para que ela saiba as linhas com que “me coso” (as palavras são minhas).
Com a confiança no “estado geral” da minha saúde, lá fui à Radelfe tratar da coisa aparecendo os sinais “amarelos” que me explicou significarem “cuidados a ter”. Mais ou menos como nos sinais de trânsito, está a ver?
Nas viagens da vida estes sinais existem, mesmo quando não nos apetece ver e chega o desejo de os adiar, ou, em alternativa, correr mais depressa de modo a conseguir ultrapassar dentro da cor verde.
Fui lá com fé e optimismo e confessei aos meus botões que se os “amarelos” fossem retintos, faria as mesmas análises em Freamunde dado que lá reside parte da minha fé nas boas notícias. É como a tentação que nos invade de visitar a “bruxa” na expectativa de fugirmos do que não queremos ouvir. Coisas de fé, portanto.
À saída lembrei-me (finalmente) de perguntar se podia inscrever os meus queridos dois filhos na lista de “utentes” do mesmo Centro de Saúde. Com isso safei-me de mais um raspanete da “minha senhora” e consegui testar uma dúvida que me assolou no decorrer da última assembleia municipal, onde a minha orelha se orientou para o palco dada a informação disponibilizada aos senhores “deputados” pelo vice-presidente e pelo chefe da coisa, Hugo, e também deputado do regime.
https://pacoslook.pt/actual/a-questao-autarquica-do-centro-de-saude/
Ouvi em situação de “defesa de ataque aéreo”, dados que os falantes referiram “ao contrário de informação divulgada na comunicação social” existirem centenas de vagas por preencher. Como se recordarão os leitores destas crónicas aqui referimos exactamente isso. Podia portanto ser aqui para o Céptico a “rabecada” a esses “irresponsáveis” para quem tudo está mal e se recusavam a entender as “maravilhas” do céu, em matéria de saúde, sobretudo agora que as “competências delegadas” chegaram porque foram aceites.
Foi assim:
- Boa tarde, pedia um impresso para inscrever os meus dois filhos nas consultas de médico de família
- Mas nós não estamos a receber inscrições
- Não quero inscrever, apenas pedia o papel para preencher e entregar
- Mas o seu médico de família aceitou?
- Não falei com ele sobre isso, ouvi na assembleia municipal que havia vagas e pretendo inscrevê-los
- Mas nem tenho papéis para isso!
- Pedia que procurasse, pois eu quero levar, preencher e entregar, se depois não for possível, não há problema.
- Vou procurar, então.
- Muito obrigado
- Olhe tenho aqui um, meta o nome dos dois e depois logo se vê, está bem?
- Está muito bem. Daqui a dias volto cá e entrego. Muito obrigado.
A simpatia da funcionária era evidente e nascia de muitos anos de serviço, empregada do Ministério da Saúde.
Noutras circunstâncias ter-lhe-ia perguntado pela “lista de espera” dado que fervo na curiosidade de “escriba” em papéis públicos.
Mas lembrei-me que poderia ser incómodo e fechei a boca. Afinal a senhora é agora funcionária da Câmara Municipal. E todos os cuidados são poucos.
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CÉPTICO – Duvido e não acredito na coisa!
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