Há um País em leilão económico político e cívico colectivo sem qualquer pudor ético e moral que assusta quem ama a Liberdade. Somos um País altamente dependente política, económica e socialmente da Uniāo Europeia.
Quando o governo presidido por Mário Soares, após uma reunião com os 20 economistas mais qualificados nacionais no hotel Palácio no Estoril votaram por unanimidade contra a nossa adesão, ele compreendeu que os interesses económicos instalados se sobrepunham largamente à Democracia.
Logo após essa reunião decidiu que era urgente o País pedir a adesão à União Europeia, colocando a mentalidade retrógrada reinante em confronto económico, político e social com as Democracias mais desenvolvidas e solidárias do Mundo.
O economista Cavaco Silva quando Primeiro Ministro foi o primeiro beneficiário dos fundos comunitários.
Já lá vão quase 40 anos a viver à custa dos impostos pagos pelos cidadãos, alemães, franceses, italianos, holandeses, suecos etc.
Hoje assisto a um populismo desbragado político e cívico sobre a discussão dos impostos num País que vive à custa dos impostos pagos pelos cidadãos de outros países.
É verdade que o IRS está muito acima da média da União Europeia e os trabalhadores estão a ser penalizados.
É verdade que grande parte do sector empresarial não se modernizou o suficiente para pagar salários decentes exportando para a emigração cerca de 25 por cento dos jovens altamente qualificados que anualmente saem do ensino superior.
Era esta a grande e essencial discussão política e cívica colectiva que devia ser debatida.
É um fenómeno curioso, como escreveu o meu querido e saudoso amigo Miguel Torga: O país ergue-se indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.
Por António Campos, fundador do Partido Socialista