Começaram as obras de alteração à Rotunda principal da cidade mas ainda ninguém conhece o projecto nem se deu abertura ao processo de discussão pública, coisa normal quando se trata de alterar a memória colectiva das populações num regime democrático.
A Câmara não explica o que ali vai fazer, mas pediu na última reunião a aprovação do executivo do “condicionalismo provisório de tráfego na Praça da República”.
Os vereadores do PSD entenderam expressar que nesta reunião não faz sentido alterar seja o que for sem que a população seja ouvida quanto às alterações que ali começaram a ser feitas.
Segundo os vereadores do PSD trata-se evidenciar “o desrespeito que a maioria PS
tem demonstrado para com os seus concidadãos neste processo de regeneração urbana. É inconcebível que se iniciem obras sem apresentar o projeto de intervenção ao órgão executivo da Câmara Municipal”.
Os vereadores do PSD lembram que “as obras de regeneração urbana começaram há mais de uma década pelas mãos do PSD e sempre nos manifestámos favoravelmente
à sua concretização, defendendo, porém, que as decisões das mesmas devem ser transparentes e envolver toda a comunidade, o que não está a acontecer”.
Como é costume, entretanto, a Câmara mantém as obras, dispensando auscultar a opinião pública para intervir em actos que sendo concretizados, ultrapassam, em muito, o âmbito do seu mandato que termina em 2025.
Acontece agora com as obras da rotunda, como também se verificou na decisão unilateral de entender que a nova ponte em construção tenha o nome do actual vereador das Finanças.
Discussão pública para quê quando somos governados por iluminados que estudando muito sabem mais que nós todos juntos?
COMUNICADO do PSD
O processo de regeneração urbana iniciou-se há mais de uma década pelas mãos do PSD, desde sempre nos manifestámos favoravelmente à sua concretização, e entendemos que o mesmo deve ser continuado.
Contudo, lamentamos o rumo que esta ser seguido pelos socialistas, ao insistir na falta de respeito à população e aos órgãos eleitos, não apresentando os projetos, optando por fazer as obras às escondidas de todos!
O recente abate das árvores na Praça da República, coração da nossa
cidade, é espelho desta atuação!
A arte é uma forma de expressão soberana, capaz de transmitir emoções,
contar histórias e refletir a essência da cultura de um povo. No entanto, infelizmente, nem sempre essa expressão artística é respeitada e valorizada como deveria.
A obra de um escultor é fruto de um processo criativo único, que envolve
o talento, a sensibilidade e a dedicação do artista. Cada detalhe, cada
forma possui significados e intenções concretas.
Ao modificar a escultura ou o meio ambiente onde está inserida, estamos a comprometer a sua estética e impacto visual e a desconsiderar não apenas o trabalho do autor, mas também o legado cultural que essa obra representa, comprometendo o diálogo entre a obra e o público.
Por outro lado, as árvores desempenham um papel crucial no equilíbrio
ecológico. Elas auxiliam na redução do calor, melhoram a qualidade do ar
ao filtrar poluentes e fornecem sombra e conforto para as pessoas.
Além disso, desempenham um papel importante na conservação da biodiversidade,
fornecendo habitat para aves, insetos e outros animais. Preservar as árvores em espaços públicos é fundamental para garantir a sustentabilidade ambiental a longo prazo.
Em 1997, em declarações à imprensa, aquando da inauguração do Monumento
ao Móvel, o mestre José Rodrigues, autor da obra, referiu: “é um monumento vivo, que ronda as árvores, tem água, luz, e uma coisa que ultrapassa a nossa circunstância.”
Para o PSD, o atual derrube das árvores na Praça da República pela maioria socialista foi um erro. Lembramos que as arvores já existiam quando a escultura foi colocada, e que sempre foram salvaguardadas, como elementos do monumento vivo que o escultor mestre José Rodrigues criou!
Assim, o PSD exige;
– A apresentação de relatório sobre estado, vitalidade e esperança de
vida das árvores abatidas;
– Estudo sobre o impacto das atuais obras na escultura ‘Monumento ao
Móvel’;
– Estudo sobre a possibilidade de repor o maciço arbóreo, o mais
próximo, do existente antes do abate;
– Apresentação do projeto de requalificação à população através dos
meios de comunicação social locais;
A atual maioria não é dona do nosso concelho!
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pacoslook.pt o poder dos factos