O presidente Humberto Brito e seus acólitos vereadores abandonaram os trabalhos da Assembleia Municipal depois do presidente da Mesa ter dado a palavra a Alexandre Costa, líder do PSD – partido na oposição – e vereador sem pelouro.
O social-democrata pretendia defender-se de um conjunto de indignadas acusações que o presidente Brito lhe lançou.
À autorização dada para se defender respondeu o presidente com abandono da sala, não sem antes ter proferido acusações diversas e que ficaram sem registo na acta final dos trabalhos.
Esta atitude do presidente – absolutamente lamentável – colocou à evidência que Brito apenas reconhece a sua narrativa, e quando o regimento garante o contrário, opta por colocar em causa a instituição – a Assembleia Municipal – criando dificuldades de gestão dos trabalhos ao presidente da Mesa.
Com efeito, a Assembleia Municipal só funciona desde que garantida a presença do executivo municipal, representado pelo seu presidente ou em substituição do vice-presidente.
O saída destas duas figuras, visou assim interromper os trabalhos definitivamente, colocando em causa a decisão do presidente da Mesa e o regimento da Assembleia.
Quer o presidente quer o vice-presidente (e actual candidato do PS às próximas eleições) são advogados e conhecem a lei. Sabiam o que estavam a fazer: impedir para lá do limite da lei que Alexandre Costa falasse.
Acontece que o líder da oposição falou, aliás para confirmar a informação que o presidente tinha posto a circular e para perguntar a razão de tamanho nervosismo dado que Brito alarda que “não tem nada a temer” (?)
Registo Criminal limpo
Por diversas vezes esclareceu o presidente ter “registo criminal limpo” para não responder a questões apresentadas que considerou actos que afectam “a sua honra”. Contudo, nada esclareceu sobre as matérias, nomeadamente na questão da ETAR onde foram esbanjados mais de 5 milhões de euros, como se sabe.
Não esclarecer esta questão agora, (quando em devido tempo – 2021 – o presidente considerou em Assembleia Municipal “não ter nenhum conhecimento de não funcionamento da ETAR”, no que foi seguido pelo vice-presidente na Assembleia Municipal seguinte onde referiu: “a questão da ETAR está resolvida, falta só chegar umas peças da Áustria, atrasadas por cauda das dificuldades de transporte devidas ao Covid…”) revela desprezo pela inteligência dos eleitores.
De facto, foram deitados fora mais de 5 milhões de euros na ETAR de Arreigada, de tal modo que já se decidiu fazer uma nova, ali ao lado! E perante isto, em vez de explicar o que aconteceu, fala o presidente do seu “registo criminal”…
O senhor presidente sabe muito bem o que aconteceu (e nós também), e compete-lhe esclarecer este desvario, exactamente para que o levemos a sério quando fala de “política de contas certas” e acusa os seus oponentes de “esbanjadores de recursos públicos”.
Por Arnaldo Meireles
pacoslook – o poder dos factos
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