No próximo dia 28 de outubro o PS de Paços de Ferreira, ou melhor, o PHB de Paços de Ferreira (Partido Humberto Brito) assinala e comemora 10 anos de poder absoluto concelhio.
O PHB pretende agitar as águas para criar ondas, numa piscina artificial, para que o PHB possa dar lugar ao PSPF (Partido Socialista de Paulo Ferreira).
O PHB sabe que o seu líder, apesar de toda a sua forma de ser e de estar, é a garantia de uma liderança, mesmo que truculenta, firme e tenaz.
O PSPF, por sua vez, teme que a sua liderança não seja capaz de manter o poder, de vencer eleições e, por conseguinte, de conservar a distribuição de lugares e benesses, pois, a grande maioria dos seus membros depende da manta sagrada que os beneficia, uma vez que, ou não têm carreiras profissionais seguras, ou nunca tiveram carreiras profissionais de destaque.
Os objectivos de HB
HB (Humberto Brito) tem dois objetivos, e nenhum deles se relaciona com a sua militância política ou paixão ao PS, que nem platónica chegou a ser.
Um é que o PSPF vença com menos votos do que o PHB, preservando a sua imagem de líder único e especial.
O outro é que o seu espectro se mantenha a pairar nos corredores da câmara municipal, para além de 2025, todos os dias, ainda que para isso tenha que usar o melhoral (este não faz bem e talvez não faça muito mal), o seu “homem de mão”, para o manter atualizado e influenciar as decisões camarárias, e quem sabe, até ser um meio de garantir a sua recandidatura em 2029.
Não porque precise economicamente ou profissionalmente, mas porque um narciso nasce junto à água e é autossuficiente, mas precisa de estar virado para baixo para ver refletida a sua imagem e alimentar-se do aplauso da côrte. Sem este, para si, a angústia narcísica é insuportável.
A ementa do jantar
Assim, a ementa está definida, apesar de se adivinhar que os convivas sejam de difícil requisição.
A entrada será polvo abafado, cozinhado pelo PSPF no refugado do PHB.
Depois será servido um canapé de legumes, à Inglesa, mas à moda da Raimonda, com os convidados previamente cozinhados e salteados na manteiga de quem se perfila para ser candidato a vereador, e são vários, mais do que os lugares existentes à mesa.
Uma açorda Alentejana será o prato que se segue, com convidados ex-militantes do PSD, pessoas de direita, outros de esquerda radical, muitos sem qualquer ideologia, mas, onde os ovos, leia-se, necessidade, será o elemento que unirá todos os ingredientes, isto é, todos os convivas.
Como prato principal será servido um arroz de pato feito num caldo de vitimização que acompanhará os discursos da noite ou, em alternativa, arroz malandrinho para os que já temendo por uma vitória do PSD, estão com um olho no prato principal e outro na sobremesa.
Esta será constituída por um bolo de laranja misturado com sorvete de manga, que poderá ser indigesta para alguns convivas, mas muito apetecível para outros.
Todo este repasto será regado com um vinho de uma casta autóctone, touriga de Freamunde, mas de segunda categoria uma vez que a casta loureiro, a mais nobre e fértil, cultivada em tempos para aqueles lados, deixou de ser produzida.
por Generais Sem Medo *
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