Margens do rio Ferreira estão a ser requalificadas na freguesia de Lordelo, “com a remoção de silvado, infestantes e do emissário” – anunciou a Câmara de Paredes que ali se deslocou em visita do presidente Alexandre Almeida.
Ao longo de 8km foi criado um corredor ecológico nas duas margens com promoção de biodiversidade
Nas Terras do Ferreira
Manuel Carneiro no seu Cryptosporidium e Giardia – Mestrado em Biologia e Gestão da Qualidade da Água (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), afirma o seguinte na caracterização do Rio Ferreira (pag. 31): “O rio Ferreira nasce na Raimonda, em Paços de Ferreira e desagua no lugar da Ribeira, no Rio Sousa. Percorre cerca de 30 km pelas freguesias de Paços Ferreira, Valongo e Gondomar. Diziam as Memórias Paroquiais acerca do Rio Ferreira: “nasce na serra de Santa Águeda, e tem o seu princípio com duas fontes, que nascem separadas meio quarto de légua; uma nasce em São Pedro de Raimonda, outra em São João de Codeços, freguesias do Arcebispado de Braga; estas fontes juntam-se ambas por baixo da Ponte de Sobrão na freguesia de Paços de Ferreira, que dista de seus nascimentos uma légua”. Atravessa S. Pedro da Cova na direção N. S. banhando as povoações de Couce, Belói, Carvalhal e Méguas.”-
Manuel Carneiro no seu Cryptosporidium e Giardia – Mestrado em Biologia e Gestão da Qualidade da Água (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), afirma o seguinte na caracterização do Rio Ferreira (pag. 31)
São conhecidas também outras nascentes adicionais como a Nascente do Mosteiro, em Ferreira, e a Nascente da Citânia em Sanfins e ainda em Freamunde (Joia), Codessos e até Lustosa, esta última já no concelho vizinho de Lousada.
A expressão Terras do Ferreira é a mais antiga que relata e expressa parte do antigo concelho de Aguiar do Sousa, e mais tarde o concelho de Paços de Ferreira. Também deu nome à Citânia de Sanfins (de Ferreira).
Referência literária
Camilo Castelo Branco refere-se ao rio Ferreira na sua obra “A Bruxa de Monte-Córdova”, quando relata a viagem de Angélica Florinda do Convento de Santa Clara (no Porto, perto da praça da Batalha) passando por Valongo a caminho de Terras de Basto para mais tarde – coisas do destino – aparecer em Monte-Córdova.
…Qual guerra! – saiu d’entre umas fragas clamando o veterano. – Por aqui não houve guerra que prestasse! Deram-se uns tiritos ahi em S. Thirso, no dia 28 d’abril de 34, e mais nada… Falle-me p’rácolá p’rá Ponte Ferreira, isso sim! dizia o velho apontando.
Camilo Castelo Branco, A Bruxa de Monte-Córdova, terceira edição, 1904, pag 227be 228.
Em Paços de Ferreira
A requalificação das margens dos rios do concelho foi prometida pelo PS que venceu as eleições. O rio Ferreira que define o perfil morfológico da nossa terra ainda é uma oportunidade de investimento ambiental e cultural à espera de que algo aconteça. Quiçá!
—
Fotos: Câmara Municipal de Paredes