50 anos depois do 25 de Abril a concelhia do Partido Socialista, em Paços de Ferreira, reuniu na noite de 22, para apreciar a “situação política” ali acorrendo militantes concelhios numa sessão dirigida pelo presidente Paulo Ferreira, também putativo candidato nas eleições autárquicas de 2025.
Recordados da primeira reunião desde a presidência do actual vice da CMPF, os socialistas locais sabiam que o perfume político apenas está disponível para os aqueles que se “portassem bem”, pelo que se saúda a presença – sinal de coragem – de militantes que pensando pela sua cabeça acreditam que de facto a democracia se cumpre na vida interna do partido. De balde!
O presidente da concelhia lembrou-se de instar um militante por, no seu entender, se “portar mal” de tal modo que até achava que o mesmo se devia demitir do partido… Coisa não aceite e que levou à troca de palavras, mais tarde de insultos, depois empurrões até ao limite de haver um militante que se pergunta agora quem lhe terá dado uma valente canelada no momento em que ajudava a acalmar um camarada e trazendo-o para fora “para apanhar ar e respirar fundo”…
O entusiasmo era muito, pelo que militante prevenida ligou em convocatória para o presidente da Câmara em exercício que apareceu não sem que antes explicasse que lhe custava muito ter interrompido o convívio noturno com a filha – não explicando aos presentes a qual delas se referia. Mas isso não importa para aqui!
A conversa foi aquecendo e alguns militantes abandonaram a sessão tendo de “furar” a guarda pretoriana que à porta se instalara para ver como corriam as coisas.
Já neste jornal nos referimos ao Partido Socialista de Paços de Ferreira como uma “claque”, depois de verificada a perseguição a militantes históricos do partido, sobretudo depois da eleição de Humberto Brito como presidente da Câmara.
Os acontecimentos de ontem à noite, mostram também que a liderança de Paulo Ferreira na concelhia do partido nada trará de novo na vida interna do PS, onde a “liberdade de expressão” e a “igualdade” entre militantes não é permitida, substituindo o diálogo político numa plataforma de insultos pessoais e proclamações de vinganças mútuas.
Um ambiente tenso, desadequado num partido democrático, onde se entende bem quem são os militantes socialistas de Paços de Ferreira que fazem parte da Mesa (os convidados a comer) e aqueles militantes que são incluídos no Menú – disponíveis para serem comidos.
Convém acompanhar a actividade do PS em Paços de Ferreira, nos próximos tempos, para percebermos se é escola de democracia – como nos vão dizer dia 25 nos discursos oficiais da liberdade – ou sede de estágio para criação de pequenos e ridículos ditadores.
Por Arnaldo Meireles